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Mônica Prado |
Você
sabe o que é musicoterapia? Já ouviu falar sobre isso? A musicoterapia é um
procedimento terapêutico, que tem como ferramenta a música.
A
música é o conjunto de sons com finalidades estéticas, artísticas,
diversificadas a depender de cada critério do compositor, espelhando-se no foco
desejado. Cada pessoa tem a sua música favorita. A música está no nosso dia a
dia: seja para lembrar de momentos bons, para cantar como forma de se declarar
para pessoa amada, canção de ninar para bebês, meditar, dançar para extravasar,
etc.
A
especialista baiana, Mônica Prado sabe muito bem o potencial que a música tem
para transformar a vida das pessoas. Há 19 anos exercendo a profissão, encontra excelentes resultados que
ninguém possa imaginar, como uma simples música pode fazer a diferença no
comportamento humano. Ela é bacharel em Musicoterapia, Terapeuta
Funcional em Ortomolecular. Exerce em procedimentos estéticos terapêuticos como
Bioterapeuta em Bioestimulação Celular e Restauração Facial.
A seguir leia a entrevista completa para compreender melhor esta Modalidade.
ENTREVISTA
Angela
Catarina – Como surgiu a musicoterapia?
Mônica
Prado – A musicoterapia
surgiu durante a Segunda Guerra Mundial, com o desdobramento da Alemanha,
Inglaterra, União Soviética e Estados Unidos. Nessa época os soldados da guerra
sofreram traumatismos cranianos, transtornos mentais e físicos. Foram
oitocentos soldados com lesões cerebrais. Diante disso, o Hospital contratou
músicos e ofereceu cursos para que eles trabalhassem como terapeutas nos
hospitais e logo davam relatos do que ocorriam nas sessões de audição musical. Por
conseguinte, a musicoterapia
foi estabelecida como profissão realmente, a partir desses trabalhos nos
hospitais de veteranos. Assim, os musicoterapeutas organizavam
programas que utilizavam músicas para soldados feridos na guerra.
Angela Catarina
– Qual o
público que a Musicoterapia atinge?
Mônica Prado – Adolescentes,
adultos, crianças, idosos, gestantes e bebês.
Angela Catarina
– Onde se
aplica a musicoterapia?
Mônica
Prado– Hospitais, Clínicas
Particulares, Escolas, Creches, Empresas e Consultórios Particulares.
Angela Catarina – A musicoterapia trabalha em todo tipo de doença?
Mônica
Prado – Sim. Ela pode ser direcionada
no atendimento de pacientes com doenças de Alzheimer, convalescentes de
acidente vascular cerebral, pacientes parkinsonianos, autistas, crianças com
deficiência visual, auditiva, mental e física, pessoas hipertensas, dependentes
químicos, pacientes com distúrbios cardiovasculares, distúrbios psicossomáticos
(anorexia nervosa, enxaqueca, obesidade, distúrbios respiratórios e traumas),
transtornos emocionais (tensão, ansiedade, medo, preocupação) e doenças
neurológicas.
Quero ressaltar
que faço atendimento para mães em trabalho de parto, distúrbio global de
desenvolvimento, transtorno do espectro autista (TEA), também faço atendimento
a síndromes marcadas por perturbações do desenvolvimento neurológico, que
inclusive é o foco da minha área. Esses trabalhos podem ser realizados nos
centros de saúde mental, nas comunidades, hospitais psiquiátricos e lares de
idosos.
Angela Catarina – Explique
como a música é usada para tratamento.
Mônica Prado
– Primeiramente, utilizamos os recursos musicais (som, ritmo, harmonia,
melodia). Depois os instrumentos musicais que estarão dispostos no espaço
terapêutico. Logo em seguida, inicia-se o processo de fazer musical onde iremos
resgatar experiências pertinentes, como o histórico pessoal e gestacional do
paciente e daí acionar os aspectos saudáveis da sua personalidade e promover
condições de relacionamento interpessoal.
A música é uma
ferramenta importantíssima no tratamento, porque ela não só provoca reações
sobre o organismo do indivíduo, como ajuda no desenvolvimento das suas
faculdades intelectuais e emocionais. Ela toca na sensibilidade e na emoção,
resgatando o humano que está nas pessoas, construindo uma
identidade. Nessas sessões musicoterapeuticas coletamos os dados do
paciente como o histórico sonoro, processo de vida, traumas, emoções reprimidas
e mal resolvidas, experiências vividas, sentimentos mal elaborados e
processados. Cada paciente experencia a música de uma forma particular, ou
seja, o modo como ouve e faz, portanto, ela é a manifestação da sua identidade
como ser humano.
Angela Catarina
– O profissional de Musicoterapia
passa medicamentos? Quais os tipos que são prescritos e para quais pacientes?
Mônica Prado – Não. Apenas fazemos uma Anamnese1 para saber
as informações sobre o histórico de vida do paciente, mas que não interfere no
tratamento. Apenas a música será a medicação para a auto regulação
emocional, física e espiritual do indivíduo. O musicoterapeuta não está
autorizado nem habilitado a receitar medicação, apenas o médico poderá fazer
este papel. O resultado do tratamento vai depender da resposta que o paciente
der nas sessões musicoterápicas.
1- (do grego ana, trazer de novo e mnesis,
memória) é uma entrevista realizada pelo profissional de saúde ao seu
doente, que tem a intenção de ser um ponto inicial no diagnóstico de uma doença ou patologia. Em outras
palavras, é uma entrevista que busca relembrar todos os fatos que se relacionam
com a doença e à pessoa doente.
Angela Catarina – Quais
são as doenças que a Musicoterapia pode curar?
Mônica Prado – Reabilitação, doenças geriátricas, ansiedade, fobia,
stress, depressão, AVC, Empresas como prevenção, ajudando no melhor
relacionamento entre funcionários, Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA),
atendimento em Escolas principalmente para crianças com hiperatividade e
obesidade.
Angela Catarina – Quais são os avanços que a musicoterapia pode
trazer de maneira geral?
Mônica Prado
– A musicoterapia será sempre uma inovação
terapêutica e com certeza ela contribuirá cada vez mais na qualidade de vida do
indivíduo, sendo altamente promissora para a saúde, obtendo resultados
satisfatórios e exitosos no tratamento de patologias que afetam a capacidade
física, cognitiva ou subjetiva da pessoa. Vai ajudar no futuro a pessoa afetada
por alguma patologia (doença), manter-se numa posição resiliente diante da
vida, transformando-se, ganhando força e fazendo com que ela se coloque como
maestro de sua própria vida.
Angela Catarina –
Como está o mercado de trabalho, na área de musicoterapia?
Mônica Prado – O
mercado de atuação é vasto. Tem uma amplitude em vários campos e está inserido
no rol de indicações terapêuticas, de médico para pacientes como referência,
ampliando as relações dos musicoterapeutas a profissionais de outras áreas, ou
seja, equipe multidisciplinar.
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