quarta-feira, 27 de abril de 2016

“A arte, O sagrado e A devoção”



No dia 25 deste mês, a Secretaria da Cultura do Estado (Secult), abriu uma exposição: A Arte, O Sagrado e A Devoção, para homenagear o Arcebispo Emérito Dom Luciano José Cabral Duarte. Dentro do Órgão há um Corredor Cultural denominado Wellington dos Santos (Irmão), destinado a eventualidades desse tipo. Encontram-se nessa exposição vários artigos religiosos, como pinturas, fotografias, telas, esculturas, títulos do homenageado, alguns livros publicados e a roupa que Dom Luciano costumava usar para celebrar missas.
Os artigos religiosos expostos no evento são riquíssimos em detalhes, que precisam ser observados com calma e minuciosamente, para entender o significado. Esses foram feitos pelos seguintes artistas: Ana Clara, Beto Ribeiro, Charles Henry, Diego Di Souza, Eurico Luiz, J. Inácio, JO’K, Joubert Moraes, Lúcio Telles, Pythiu, Vesta Viana, Willy Valenzuela, Zé Lima e Zeus. 
Segundo o Assessor Executivo da Secult, Lindolfo Amaral, desde do ano de 2015, o Corredor Cultural vem homenageando personalidades de destaque em Sergipe. Esse é o propósito desse Espaço, homenagear pessoas que contribuem ou contribuíram para o crescimento da cultura no Estado. “O Corredor Cultural Wellington dos Santos conhecido como Irmão, vem desenvolvendo ações desde o ano passado, no sentido de unir a arte dentro de um espaço público, onde funciona a Secretaria de Estado da Cultura, mas de uma forma expositiva e trazendo não só artistas, mas sempre homenageando uma personalidade que tenha algum envolvimento com a área cultural. Desta vez Dom Luciano José Cabral Duarte, Arcebispo Emérito de Aracaju, que desenvolveu várias ações no século passado. É um poliglota e escritor. Foi um dos fundadores da Universidade Federal de Sergipe. Escreveu mais de vinte livros. A Exposição foi aberta na segunda-feira, recebe o nome “A arte, O sagrado e A devoção”, nós selecionamos vários quadros de vários artistas, que trataram exatamente do sagrado em suas telas, dentre eles: Eurico Luiz, J. Inácio, Joubert Moraes, Pythiu e também fotógrafos. É uma exposição que está aberta ao público”, explica Leopoldo Amaral.
Lindolfo Amaral explicou que a cada mês uma personalidade sergipana é homenageada no Corredor Cultural e aproveitou para informar que no mês passado teve homenagem a Lu Spinelli:  “Bailarina, coreógrafa e professora, viveu muitos anos em Aracaju. Faleceu em 11 de novembro de 2015. Spinelli tinha uma vida dedicada a dança, trouxe para Sergipe o ensino da dança contemporânea. Então nós fizemos uma grande homenagem a ela e a exposição foi exatamente dedicada a dança”, comenta.  
A Exposição: A arte, O sagrado e A devoção, vai até o dia 30 de maio de 2016. O horário de expediente do Corredor Cultural, que fica na Secult, é das 8h às 14h, de segunda a sexta. A Secretaria da Cultura do Estado fica na rua Vila Cristina, 1051, bairro 13 de Júlio.

Breve Histórico
Dom Luciano José Cabral Duarte, nasceu no dia 21de janeiro de 1925. Seus pais eram José Goés Duarte e Célia Duarte. A vida estudantil foi iniciada na escola Artífices de Aracaju, com a professora Zizi Cabral. Com o passar do tempo, em 15 de fevereiro de 1936 ingressou no Seminário Diocesano de Aracaju, no qual fez a formação inicial para o sacerdócio. Mais adiante deu continuidade aos estudos no Seminário Maior, em Olinda (Pernambuco). Continuando sua jornada de estudos, concluiu a formação sacerdotal em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, no ano de 1945, permanecendo lá por quatro anos. No dia 18 de janeiro de 1948, ordenou-se padre. Após isso, foi nomeado Capelão da Igreja São Salvador.
A inteligência, o vocabulário rico em palavras eruditas e a facilidade de se expressar o levaram para níveis avançados de crescimento, tanto intelectual como profissional. A exemplo disso, exerceu o cargo de jornalista, escrevia e dirigia o Jornal A Cruzada, também foi professor da recente Faculdade Católica de Filosofia, sendo orientador da juventude universitária (Juc). Além disso, viajava para ministrar palestras em vários países.
Atraído ao estudo da Filosofia, vai à França em 1951 e fica por lá durante três anos e três meses em Paris. Estudou licenciatura em Filosofia, na Sarbonne, com precisão de quatro certificados de estudos superiores. Graduou-se em Psicologia Geral e Experimental, Moral e Sociologia Metafísica e Lógica, História Filosofia. Ainda na mesma Universidade, fez Doutorado em Filosofia, recebendo a menção “Três Honorable”. 
Dom Luciano chegou a ser designado a Bispo-Auxiliar, em 14 de julho de 1966, pelo Papa VI, sobressaindo-se de maneira exemplar, que a pedido do Arcebispo Dom Távora, o acompanha no Concílio Vaticano II. Com a morte de Dom Távora, foi nomeado Arcebispo metropolitano de Aracaju. Nessa época é escolhido também para Presidente do Departamento de Ação Social da Igreja (Celam).
Arcebispo Emérito de Aracaju, Dom Luciano durante sua trajetória católica, realizou importantes trabalhos sociais, como a criação da Promoção do Homem do Campo em Sergipe (Prhocase) que desempenhou fundamental obra social, uma prática de reforma agrária e trabalho pelo direito das Domésticas à cidadania, mais adiante criou a Pastoral das Lavadeiras, a Fundação da Casa João XXVIII (apoio às mulheres marginalizadas), e o Centro Educacional Bem-me-quer, etc.
Além do currículo vasto com qualificações e trabalhos significativos, é poliglota, orador sacro de grande respeito no Brasil e em quase todo o mundo. Interessado no crescimento e na valorização da cultura no Estado, contribuiu imensamente como agente cultural no século XX. Criou o Museu de arte Sacra e a Universidade Federal, juntamente com outros idealistas.
O Arcebispo Emérito é membro da Academia Sergipana de Letras e escreveu muitos livros. Dentre esses merecem destaques: Europa: Ver e Olhar, Viagem aos Estados Unidos, A Índia A Voo de Pássaros, Estrada de Emaús, A Igreja às portas do ano 2000, Concílio Vaticano II, A Natureza da Inteligência no Tomismo e na Filosofia de Hume; Estudos Filosóficos – Sócrates, Kant e Bárgson; Escritos Sobre Educação e Outros Temas, Hungria – 1963, Registros de Viagem, Credo, Reflexões e O Banquete, de Platão.           

  
  Angela Catarina de Oliveira Vasconcelos – Jornalista/ DRT:1.318-SE  e Professora de Português

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