Carnaval: Tradição e Inovação
O que é carnaval? Segundo o site Wikipédia, é um festejo caracterizado
pela expressão “adeus à carne”, que significa sacrifícios como abstinência e
jejum. Na verdade, esses “sacrifícios” antecede a Quaresma, que é a preparação
espiritual e tempo de reflexão até o Domingo de Páscoa. Mas, carnaval aqui, no
Brasil não combina com “sacrifícios”. Somos uma nação que gostamos de inovar, ter
senso de humor exagerado, explorar prazeres da vida, seja no sexo, na bebida, em
comidas, enfim mostrando a nossa cara, já dizia a música do eterno Cazuza, “Brasil! Mostra a tua cara, quero ver quem
paga, pra gente ficar assim”...
Sabemos que cada região do Brasil tem a sua maneira de festejar o
carnaval, como por exemplos, em Recife há aqueles bonecos desfilando pelas
ruas, o frevo, as marchinhas, sendo puxados pelos blocos ao som dos trios
elétricos, no Rio de Janeiro e em São Paulo com as Escolas de Samba, que trazem
importantes temas, apresentados com criatividade, beleza e harmonia dos
cariocas e paulistas, Salvador com seus blocos e foliões desfilando em alguns
trechos da cidade, apresentando seus cantores de axé como Ivete Sangalo,
Claudinha Leite, entre outras atrações. Já em Aracaju, apesar de não ter mais o
Pré-Caju, alguns interiores fazem as suas comemorações carnavalescas, mas na
cidade, o Rasgadinho virou sucesso.
O bloco Rasgadinho surgiu
em 1962 e seu precursor foi o senhor Leopoldo dos Santos, morador do bairro
Suíssa. A princípio era apenas um bloco de rua, que passava pelos bairros
Cirurgia, Getúlio Vargas e Centro, com bandas de frevo, marchinhas
carnavalescas, os típicos bonecos, fantasias, confetes e serpentinas que conquistaram
a população sergipana. É uma festa livre para todas as idades, onde cada folião
traz a sua camisa e fantasia.
No ano de 1972, o
Rasgadinho acaba, mas em 2003 numa reunião entre amigos, dentre esses Robson
Viana, ficou decidido que o bloco ressurgiria, pois percebeu-se que a sociedade
sergipana precisava reviver e resgatar o carnaval de época. Além disso, para
continuarem com essa festa foi necessário o apoio da Prefeitura Municipal.
Outro detalhe, é a questão da segurança. A festa tem policiamento
organizado, garantindo a segurança das pessoas. Ainda também, há equipe médica
do SAMU para atender quando for preciso, encontram-se no espaço da festa
vendedores ambulantes, que são devidamente instruídos pela Vigilância Sanitária,
respeitando as leis de segurança e higiene, administrando os alimentos e
bebidas com a devida exigência, para atender melhor a comunidade sergipana.
Apesar de ser um carnaval
de época, o Rasgadinho procura trazer novas atrações sem sair da sua originalidade.
São encontrados na festa ritmos como axé, samba, choro, MPB, forró e
eletrônico. As programações são distribuídas em horários e palcos
diversificados, sem deixar de agradar ao público. Este ano, além dos cantores
da Casa e de outros Estados, foram trazidos alguns cantores de destaque
nacional, como Diogo Nogueira, Elba Ramalho, Preta Gil e Zeca Baleiro.
Por fim, o Rasgadinho
acabou com o pensamento de que o carnaval de época não existe mais em Aracaju.
As famílias dançam, brincam, trazem fantasias, convidam amigos e se divertem
sem precisar comprar blocos e pagar arquibancadas. A popularidade dessa festa
está tão divulgada que vem turistas aproveitar e ficar com vontade de vim mais
vezes.
Angela Catarina de Oliveira
Vasconcelos – Jornalista/ DRT:1.318-SE e
Professora de Português
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